Thursday, March 16, 2006

"Tu me manques..."


Não deves pensar muito nisso, agora que nos vemos tão pouco… ou nada.

Mas queria dizer-te… queria que soubesses que ainda me custa levantar todas as manhãs.
Porque antes sabia, e levantava-me com a certeza de que estarias lá, e de que te encontraria… às primeiras horas da manhã, às pausas para o café, a cada intervalo… Fazias parte da minha rotina, da minha felicidade. Ver-te, brincar contigo, passear contigo, discutir contigo, conversar contigo… E era uma coisa que só nós conhecíamos e entendíamos, aquela amizade entre os dois, aquela cumplicidade que fazia com que nos entendêssemos com um olhar... Era um sentimento que me enchia o coração, com a certeza de que nunca mais te esqueceria e de que por muito que um dia quisesse, nunca mais te conseguiria separar da minha vida.

…Mas agora... levanto-me e sei que, aonde quer que vá, não te vou encontrar… dou comigo a olhar rostos na rua à procura do teu… presto atenção às vozes, na esperança de te ouvir chamar por mim… sinto-me triste, porque só te vejo em fotografias que parecem ter sido tiradas há demasiado tempo… Parece que a nossa amizade ficou submersa ou encoberta… como o sol atrás das nuvens…

Foi realmente assim há tanto tempo? Que podíamos contar um com o outro? Que contávamos tudo um ao outro? Que estávamos juntos, que nos víamos, que ríamos e parecia que tendo essa amizade e a vida pela frente não precisávamos de mais nada?

…Acredita que não há uma noite em que não pense, ao deitar, “ o que é que nos aconteceu?” …ou “o que estarás a fazer agora?”… às vezes até mesmo que não te reconheceria se passasses por mim… E isso assusta-me.

…Onde estás? Aquela pessoa que conheci e que ainda hoje faz parte da minha vida, de quem eu gostava, a quem eu adorava… E que adoro. Será que ainda me recordas? Sentes falta das nossas conversas, das nossas coisas, como eu sinto? …Sentes a minha falta como eu sinto a tua?

Talvez já não… Talvez já nem te lembres da minha cara ou da minha voz… talvez já seja apenas uma memória poeirenta no teu armário… talvez faça suposições a mais e talvez isto já não faça sentido… Acho que só precisava dizer o que sinto.

No fundo, acho que só queria dizer-te… “tu me manques”.

5 comments:

Anonymous said...

=) definitivamente identifico-me imenso ctg, linda! n é só o termos o mm nome.. é o passarmos por situações idênticas, o ajudarmo-nos mutuamente.. a sensação de vazio k sentes (ohh e como eu a compreendo!), pode n ser mais k o reflexo da mudança que estás a viver.. sim, porque é inevitável estares diferente, sentires-te diferente e consequentemente relacionares-te de forma diferente.. além disso, o tempo e a distância são, por vezes, destruidores dos laços que criamos com outros.. é normal surgirem dúvidas porque simplesmente não consegues parar o tempo.. td acontece simultaneamente e, por vezes, não sabes como resolver.. ms eu estou aki p o k precisares.. tu sabx (nem k seja pra ir ctg à farmácia, lol).. =) e kt a esse teu amigo.. vcs vão cnseguir encontrar uma forma de se relacionarem novamente.. e n fiques triste por a vossa amizade estar a ser testada.. isso é importante pk é na adversidade k descobrimos o verdadeiro valor da amizade.. para terminar, dedico-te agr um pensamento k escrevi no outro dia.. «o mal das mudanças é que acontecem quando menos se esperam e não nos avisam que vão chegar.. depois vemo-nos obrigados a pegar no barco, endireitar o leme e procurar dar rumo ao nosso trajecto, à nossa vida..»(beijokas pekenina**)

Anonymous said...

OS SILÊNCIOS

Não entendo os silêncios
que tu fazes
nem aquilo que espreitas
só comigo

Se escondes a imagem
e a palavra
e adivinhas aquilo que não
digo

Se te calas
eu oiço e eu invento
Se tu foges
eu sei não te persigo

Estendo-te as mãos
dou-te a minha alma
e continuo a querer
ficar contigo

Maria Teresa Horta

La fille said...

nas amizades que vivi intensamente durante algum tempo (por vezes, bastante tempo), sentia nesses momentos que nada nos poderia separar. Nunca.
Mas depois, quando surgiram caminhos diferentes para os dois (e inevitavelmente acabam por surgir), começava a sentir dificuldade de iniciar a conversa. A amizade já nao saía espontaneamente. Isto não queria dizer que ela não desse certo. Queria dizer que teria que ser semeada pelos dois.

Anonymous said...

provavelmente não é isto que sabe bem ouvir, mas..a vida é mesmo assim...dá voltas e voltas, faz pinos e cambalhotas...as pessoas que nos habituamos a ter ali ao lado, de um momento para o outro deixam de estar...e sei que, apesar de todas as promessas feitas, as amizades, as relações acabam por mudar...

não tou a falar de cor...n digo que terei passado pelo mesmo,mas por algo semelhante...as pessoas de quem falo, parecem agora não passar de contactos no messenger, de pessoas q vejo uma vez num ano...pq as nossas vidas mudaram, levaram caminhos diferentes e direcções diferentes, impedindo-nos de sequer caminhar lado a lado...(é pa...esta acho que até saiu poetica...)
talvez se nos tivessemos esforçado, não teriamos chegado a este ponto...mas olha aconteceu...só posso dizer que pela importância que tiveram, elas estão e estarão sempre guardadas num cantinho aqui no meu coração...e eu espero estar nos delas também...
não, não vou ser como a sara que adora escrever pensamentos(:P) mas, não podia deixar de aqui escrever este...

"Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós."

Mas sabes uma coisa...penso que ainda irás a tempo para lutar e trazer de novo a vida uma relação como a de que falas que parece ter sido bastante forte e importante...não desistas de o fazer ...as amizades por vezes passam por provas...não será esta uma delas?

Sara Freire said...

PARA A ANA:

Sabes que mais?
...Talvez até seja. O sol começou a despontar atrás das nuvens que agora se vão dissipando...e começo a acreditar que sim. =)

Obrigada. =)

Um beijinho!*