Saturday, February 25, 2006

"Love is a force of nature..."


Aqui há tempos falei com a minha Aninhas (enas! :p ) na sequência de termos ido ao cinema; uma conversa longa e profunda, que nem toda a gente se atreve a ter por preconceito – é que, já se sabe, é mais fácil não falar das coisas do que admitir que possam realmente ser factuais.

Fomos ver “Brokeback Mountain”… e juro que ando impressionada com a repulsa em torno deste filme. Não entendo o que as pessoas têm contra um filme sobre uma relação homossexual… Parece-me que deve ser mais fácil repudiar um filme (repudiando representativamente tudo o que nele se encontra implícito) do que admitir que a realidade se possa assemelhar um pouquinho que seja “àquilo”. Olho à minha volta para ver pessoas a dizer (por exemplo) “Credo, EU, pagar para ir ver um filme de cowboys gays??!!”

Mas afinal porquê? Que mal tem? Porquê esta manifestação homofóbica, porquê tanta raiva? Quem ditou que o amor era estrito e tinha regras? Não se diz que a base do amor é ser desprovido de razão? Porque é que é tão absurdo que duas pessoas se amem independentemente de estatuto social, cor de pele ou até sexo?

Este filme é a história de duas pessoas que, por causa de preconceitos estúpidos como este, nunca puderam “expor-se”, partilhar a sua vida em público, perante toda a gente… porque sabiam o quanto seriam recebidos com hostilidade. E embora tudo se tenha passado há mais de 40 anos, tudo nela se mantém tão aterrorizadoramente actual… que até impressiona!

Todos os dias se suicidam adolescentes que não conseguem suportar a agústia de assumirem a sua sexualidade perante uma sociedade homófoba e hostil… violenta até. E isso é justo? Que o preconceito se imponha ao livre arbítrio que uma pessoa tem sobre a sua vida? Se uma pessoa ama… que direito tem o mundo de lhe dizer que não tem o direito de amar?

Tudo isso me revolta e enche de raiva… Só consigo louvar a coragem destes autores, realizadores e actores, pois estão a marcar uma posição, mesmo em minoria.
No fundo o filme é uma belíssima crítica… E acima de tudo, digam o que disserem… é uma belíssima história de AMOR.