Sunday, December 31, 2006

Goodbye

"A morte é a ladra que leva as pessoas para sempre quando ainda há coisas para dizer e fazer..." (AnaLu* Catarino)

"You were once my one companion
You were all that mattered. . .

You were once a friend and father
Then my world was shattered. . .

Wishing you were somehow here again
Wishing you were somehow near. . .
Sometimes it seems if I just dreamed,
Somehow you would be here. . .

Wishing I could hear your voice again
Knowing that I never would. . .
Dreaming of you won't help me to do
All that you dreamed I could. . .

Passing bells and sculpted angels,
Cold and monumental,
Seem, for you,the wrong companions
You were warm and gentle. . .

(...)
Wishing you were somehow here again. . .
Knowing we must say goodbye. . .
Try to forgive, teach me to live. . .
Give me your strength to try. . .

No more memories,no more silent tears. . .
No more gazing across on wasted years. . .
Help me say... goodbye."

Sunday, October 15, 2006

The Dark Side


Não há muito tempo, num daqueles muito raros dias que tenho para não fazer nada, sentei-me (ou esparramei-me) no sofá a ver televisão. Enquanto fazia um curto “zapping”, houve um documentário a chamar-me a atenção. Focava a natureza psíquica do homem, através de uma experiência conduzida por vários cientistas. A várias pessoas era dada a tarefa de monitorizar exames orais de alguns alunos da faculdade. Ouviam todo o exame numa sala aparte, sem ver nada do que se passava na sala de exames. Se o aluno desse uma resposta correcta, o exame prosseguia; caso contrário, a pessoa deveria carregar num botão e era-lhe administrado um electrochoque. Se continuasse a dar respostas erradas, a potência desse choque aumentava. Claro que isto não era real, o que as pessoas ouviam eram as vozes de actores contratados. Mas o que chocou os cientistas foi que, mesmo face aos gritos de dor e agonia que ouviam, por muito incomodadas com a situação que se pudessem sentir…as pessoas não deixavam de carregar no botão.

Mais do que às vezes pensar em como a natureza humana me consegue surpreender positivamente, penso muitas vezes no seu “lado negro”. Fico, mais que espantada, fico horrorizada com o que o ser humano é capaz de fazer, e com o que é capaz de fazer a outro ser humano.

Ao longo da História da Humanidade são recorrentes os exemplos daquilo de que falo…

Durante o império romano, o Coliseu era palco de perfeitos massacres…tudo para diversão da multidão! E assim foi durante séculos!

Quando, em 1519, Cortez e os seus homens chegaram a Tenochtitlan, o povo azteca e o seu imperador Montezuma II acreditaram que fosse o deus Quetzacoatl, pela sua pele branca e pela sua vinda coincidir com o ano em que a profecia que dizia que Quetzacoatl deveria regressar. Trataram-no com honras e Montezuma beijou-lhe a mão. O que se passou a seguir foi uma autêntica carnificina. O imperador Montezuma foi assassinado, e muitos aztecas escravizados, tratados com extrema crueldade e até assassinados.

Há também o exemplo recorrente do Holocausto, ao qual ninguém é indiferente…. Ainda hoje há quem trema, ou chore, ou se sinta invadido por um enorme temor, ou pelo menos asco, ao ouvir os nomes de Auschwitz, Treblinka, Belzec, Chemno, Majdanek…ou de Dachau e Belsen… Tudo em nome de uma vontade irracional de criar uma raça pura, como se alguém tivesse o direito de decidir quem é digno ou não de viver. Tudo porque uns quantos loucos julgaram que exterminar pessoas era a “endlösung der judentrage” – a “solução final da questão judia”. …como se houvesse sequer uma “questão” e eles tivessem o direito de o fazer.

Podia estender-me infinitamente sobre este assunto, há a questão da escravatura, há a questão dos assassínios brutais, dos psicopatas, até do Estripador, Gilles de Rais ou Erzsebet Bathory de Csejthe…há tantas outras coisas, que o espaço definitivamente não me chega.

Se alguém tem dúvidas sobre o quão negra é a mente de todo o ser humano, bem lá no fundinho…basta olhar para o exemplo das crianças, que não têm problemas em matar um animal, arrancar as asas a uma mosca, bater num cão ou noutra criança…até uma certa idade. Porque a partir daí, absorvemos o que a sociedade nos diz que é certo e errado, e aprendemos a controlar e a julgar esse lado negro por esses parâmetros. …Uns mais que outros. Mas o facto é que o mantemos.

Acho que não encontrei nada que exprimisse melhor isto do que esta citação:

“As trevas precederam a luz, o inferno precedeu o céu. Para que o homem compreenda (…), é sobre este abismo que deve ousar debruçar-se… e ver.”

E ver. Pode ser que nos arrepiemos. E que aprendamos alguma coisa.

Saturday, April 22, 2006

Home is where your heart is

Porque já mereciam este espacinho - as pessoas que me fazem sentir em casa quando estou longe de Coimbra.

Alguém disse um dia, "Home is where your heart is"... E, de facto, já sinto que tenho duas casas, pois o meu coraçãozito está repartido entre Lisboa e a Cidade dos Estudantes, muito em parte devido a estas pessoas... A coisa resume-se a que quando deixo Coimbra já não me custa tanto, e quando deixo Lisboa parece que deixo alguma coisa para trás...

Embora este seja o post mais pequenino que já escrevi, não deixa de ser sentido, e creio que eles sabem o que pretendo dizer: agradeço-vos por tudo, pelos conselhos, pela companhia, pelas brincadeiras... :) pelo dia-a-dia naquela casa, que me ajudou a ter força para crescer e lutar pelos meus sonhos.

A todos, um beijinho grande - GOSTO IMENSO DE VOCÊS! :)

"E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te, e vai para onde ele te levar..." Susanna Tamaro

Thursday, March 16, 2006

"Tu me manques..."


Não deves pensar muito nisso, agora que nos vemos tão pouco… ou nada.

Mas queria dizer-te… queria que soubesses que ainda me custa levantar todas as manhãs.
Porque antes sabia, e levantava-me com a certeza de que estarias lá, e de que te encontraria… às primeiras horas da manhã, às pausas para o café, a cada intervalo… Fazias parte da minha rotina, da minha felicidade. Ver-te, brincar contigo, passear contigo, discutir contigo, conversar contigo… E era uma coisa que só nós conhecíamos e entendíamos, aquela amizade entre os dois, aquela cumplicidade que fazia com que nos entendêssemos com um olhar... Era um sentimento que me enchia o coração, com a certeza de que nunca mais te esqueceria e de que por muito que um dia quisesse, nunca mais te conseguiria separar da minha vida.

…Mas agora... levanto-me e sei que, aonde quer que vá, não te vou encontrar… dou comigo a olhar rostos na rua à procura do teu… presto atenção às vozes, na esperança de te ouvir chamar por mim… sinto-me triste, porque só te vejo em fotografias que parecem ter sido tiradas há demasiado tempo… Parece que a nossa amizade ficou submersa ou encoberta… como o sol atrás das nuvens…

Foi realmente assim há tanto tempo? Que podíamos contar um com o outro? Que contávamos tudo um ao outro? Que estávamos juntos, que nos víamos, que ríamos e parecia que tendo essa amizade e a vida pela frente não precisávamos de mais nada?

…Acredita que não há uma noite em que não pense, ao deitar, “ o que é que nos aconteceu?” …ou “o que estarás a fazer agora?”… às vezes até mesmo que não te reconheceria se passasses por mim… E isso assusta-me.

…Onde estás? Aquela pessoa que conheci e que ainda hoje faz parte da minha vida, de quem eu gostava, a quem eu adorava… E que adoro. Será que ainda me recordas? Sentes falta das nossas conversas, das nossas coisas, como eu sinto? …Sentes a minha falta como eu sinto a tua?

Talvez já não… Talvez já nem te lembres da minha cara ou da minha voz… talvez já seja apenas uma memória poeirenta no teu armário… talvez faça suposições a mais e talvez isto já não faça sentido… Acho que só precisava dizer o que sinto.

No fundo, acho que só queria dizer-te… “tu me manques”.

Saturday, February 25, 2006

"Love is a force of nature..."


Aqui há tempos falei com a minha Aninhas (enas! :p ) na sequência de termos ido ao cinema; uma conversa longa e profunda, que nem toda a gente se atreve a ter por preconceito – é que, já se sabe, é mais fácil não falar das coisas do que admitir que possam realmente ser factuais.

Fomos ver “Brokeback Mountain”… e juro que ando impressionada com a repulsa em torno deste filme. Não entendo o que as pessoas têm contra um filme sobre uma relação homossexual… Parece-me que deve ser mais fácil repudiar um filme (repudiando representativamente tudo o que nele se encontra implícito) do que admitir que a realidade se possa assemelhar um pouquinho que seja “àquilo”. Olho à minha volta para ver pessoas a dizer (por exemplo) “Credo, EU, pagar para ir ver um filme de cowboys gays??!!”

Mas afinal porquê? Que mal tem? Porquê esta manifestação homofóbica, porquê tanta raiva? Quem ditou que o amor era estrito e tinha regras? Não se diz que a base do amor é ser desprovido de razão? Porque é que é tão absurdo que duas pessoas se amem independentemente de estatuto social, cor de pele ou até sexo?

Este filme é a história de duas pessoas que, por causa de preconceitos estúpidos como este, nunca puderam “expor-se”, partilhar a sua vida em público, perante toda a gente… porque sabiam o quanto seriam recebidos com hostilidade. E embora tudo se tenha passado há mais de 40 anos, tudo nela se mantém tão aterrorizadoramente actual… que até impressiona!

Todos os dias se suicidam adolescentes que não conseguem suportar a agústia de assumirem a sua sexualidade perante uma sociedade homófoba e hostil… violenta até. E isso é justo? Que o preconceito se imponha ao livre arbítrio que uma pessoa tem sobre a sua vida? Se uma pessoa ama… que direito tem o mundo de lhe dizer que não tem o direito de amar?

Tudo isso me revolta e enche de raiva… Só consigo louvar a coragem destes autores, realizadores e actores, pois estão a marcar uma posição, mesmo em minoria.
No fundo o filme é uma belíssima crítica… E acima de tudo, digam o que disserem… é uma belíssima história de AMOR.

Sunday, January 15, 2006

Para recordar



Tenho cá para mim que nunca mais nos vamos esquecer da brilhante noite de 5ª Feira... =)

Seja por ter sido a nossa primeira GRANDE noite de turma, ou pelas peripécias da mesma, foi uma noite memorável.
Vamos sempre recordar o delírio de cantar o "Tata Budha" em plena Pizza Hut, ou os stresses com o passe de Metro do Bernardo...
...as fotos a apertar a mão ao Pessoa, placidamente sentado na Brasileira, ou com os cartazes da campanha presidencial...
...o subir para o Bairro Alto a cantar a plenos pulmões o "Fado do Estudante" (culpa do Chico :p), com toda a gente a olhar para nós...
...o vaguear por lá durante uma hora até nos decidirmos a entrar onde quer que fosse...
...a desconfiança com que olhámos as suspeitas cortinas vermelhas no "7º céu" (que afinal eram a entrada para o WC) e às quais a Muffy deu com a carteira (só para prevenir... =p )...
...os copos que se partiram no dito bar e os (duvidosos) filmes que passavam...
...os "parabéns" à Muffy e ao Chico pelos 2 anos e meio de namoro e a "inocência" do Patrick na matéria ("Ah és tu que fazes anos?")...
...as combinações dos táxis e as despedidas...
...e, finalmente, quais "Cinderelas", o irmos todos "podres" no dia seguinte para a aula de Bioquímica.

Foi uma noite só; mas muito embora as aulas do dia seguinte pareçam ter-nos remetido para o facto de que a realidade não é aquela, e sim, uma realidade cinzenta, somente feita de trabalho e deveres... podemos escolher saborear a vida de outro modo.

A realidade, a própria VIDA não tem de ser tão cinzenta assim... É colorida com amizades, convivências, devoção e recordações... Connosco, suspeito que esteja apenas a começar uma longa jornada desse tipo... =) ...e esta é mais uma recordação que me vai aquecer o coração.

Se isto fosse um filme, e tivesse de acabar com esta ideia, punha uma câmara a afastar-se na altura em que "rumámos ao desconhecido" rua acima, todos juntos, cantando a plenos pulmões...

"...Invoco em mim recordações
Que não têm fim dessas lições
Frente ao jardim do velho CAMPO DE SANTANA!..."

...terminando sob os telhados de Lisboa, com a Lua e as estrelas a iluminar o nosso caminho.